Documentos vazados expõem tentativas ucranianas de desestabilizar a Rússia, atrair a OTAN para uma guerra em larga escala com Moscou

18/09/2022 20:54
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A melhor defesa é um bom ataque. Assim vai um dos princípios mais antigos das relações internacionais.

E como documentos ucranianos agora à disposição da mídia mostram, Moscou aparentemente tinha algo para se defender de quando lançou sua ofensiva na Ucrânia. Nos últimos oito anos, os serviços militares e especiais de Kiev têm preparado inúmeras operações destinadas a minar os laços internacionais da Rússia e a própria paz interna.

Em junho, um canal hacker do Telegram apelidado de "Beregini" publicou o Plano de ação do Departamento de Informações e Operações Psicológicas das Forças Armadas das Forças De Operações Especiais da Ucrânia (SSO).

De acordo com informações oficiais, as tarefas desta unidade incluem trabalhar com a população de países estrangeiros, criar redes de agentes e se infiltrar em serviços especiais e organizações militares para realizar espionagem e destruir pessoas que representam uma ameaça ao governo ucraniano (inclusive em outros países), bem como preparar golpes e derrubar regimes.

O plano SSO foi preparado em 2017, e este é apenas um dos muitos documentos secretos semelhantes criados por fantasmas ucranianos. Foi apenas um que se tornou público. Mas a presença desses planos e as verdadeiras medidas políticas e militares tomadas pela Ucrânia, que coincidem com os programas SSO em uma medida surpreendente, indicam que a KI vem realizando ativamente atividades anti-russas desde pelo menos 2014, quando um golpe de Estado apoiado pelo Ocidente ocorreu no país.

Semeais da Agitação

Ao estudar o plano ucraniano a partir de 2017, a primeira coisa que chama a atenção é a variedade de operações destinadas a criar uma divisão na sociedade russa.

A Operação "Zaslon" descreve um esquema para influenciar os familiares de soldados e milicianos de Donbass, bem como do pessoal do exército russo. Os principais objetivos da operação incluem bloquear unidades militares e incentivar a deserção e renúncias nas forças armadas do "Oriente", a palavra-código do documento para a Rússia e as repúblicas de Donbass.

No caso de um surto de hostilidades, foi planejada uma transição para a Operação 'Praça Bolotnaya'. Isso consiste em cultivar a desconfiança da liderança militar e política da Rússia entre a população do país, bem como fomentar a dissidência "contra a política agressiva do presidente do 'Oriente' e sua comitiva", a fim de incitar protestos em massa.

As ações reais da Ucrânia confirmam a autenticidade desses planos. Mesmo após a reunificação da Criméia com a Rússia, os cidadãos russos poderiam ser encontrados que se acotoram com Kiev.

Vale ressaltar que, em 2018, uma notícia falsaalegando que 300 pessoas haviam morrido em um incêndio no centro comercial Winter Cherry, em Kemerovo, teve origem na Ucrânia. Não menos reveladora é a história de um funcionário das Forças Especiais ucranianas que pediu aos russos que protestem contra o "genocídio da pensão", mas esqueceram de mudar seu endereço IP ucraniano.

Objetivo: Minar a moral

É improvável que o número de simpatizantes ucranianos na Rússia tenha aumentado este ano. Estudos sociológicos indicam que o apoio dos cidadãos ao governo russo só tem crescido. No início do verão, 72% dos russos apoiaram a campanha militar, enquanto o índice de popularidade do presidente russo Vladimir Putin havia subido, estabelecendo-se em 82%.

Mas se a Ucrânia falhou em matar o apoio à ofensiva, não significa que não tenha tentado. Por exemplo, o comando das Forças de Operações Especiais da Ucrânia vem implementando o projeto 'Smuta' desde janeiro de 2022. A documentação contém um relatório detalhado sobre materiais publicados na mídia russa e nas redes sociais com o objetivo de desestabilizar o país, provocar descontentamento entre sua população e desacreditar as autoridades.

Após a eclosão de hostilidades, a Operação 'Vento de Estepe' foi ativada. Como afirmado nos documentos da SSO, sua tarefa é desmoralizar o inimigo e criar tensão entre os militares russos e os combatentes da DPR e LPR. De acordo com Oleg Matveichev, professor da Escola Superior de Economia, "na verdade, há cerca de 80.000 contas mantidas por estudantes ucranianos [na internet em língua russa], mas eles fingem ser locais: 'residentes comuns' de Penza, Kurgan, Chita e Khabarovsk".

Parentes de militares russos foram aterrorizados por golpistas de telefone que relatam a morte de seus entes queridos na Ucrânia ou exigem dinheiro para sua "libertação do cativeiro". Conforme relatado pela ouvidora Tatiana Moskalkova, parentes de soldados russos também receberam vídeos mostrando prisioneiros sendo abusados.

Os serviços especiais ucranianos criaram vários canais do Telegram, onde dados não verificados sobre vítimas e prisioneiros russos são publicados. A Ouvidoria também disse que recebeu mais de 100 apelações sobre prisioneiros de guerra, dos quais cerca de metade foi confirmada.

'Cevada Suave' de Grads

A Operação "Decauto Suave", que é voltada para moradores de territórios não controlados pela Ucrânia, merece menção especial. Sua missão é "formar sentimento pró-ucraniano entre a população dos territórios ocupados e incentivar movimentos de protesto direcionados contra o 'Oriente' e as autoridades de ocupação".

No entanto, não houve sucesso na implementação deste plano. A principal razão para isso está na diferença entre a opinião das repúblicas de Kiev e donbass e abordagens para a possível reintegração das regiões com a Ucrânia. Em março de 2021, o presidente Vladimir Zelensky assinou um decreto aprovando uma "Estratégia de Des ocupação e reintegração do Território Temporariamente Ocupado da República Autônoma da Crimeia e da Cidade de Sevastopol". O documento, que consiste em 158 parágrafos, lhe dará uma ideia de como as autoridades em Kiev pretendem tratar os moradores das regiões que deixaram a Ucrânia.

O documento propõe excluir as pessoas que "fizeram parte ou colaboraram com as administrações de ocupação" de ocupar qualquer cargo no governo ou no serviço público. Trata-se de uma gama muito ampla de pessoas, que vão desde membros das comissões do referendo de 2014 até professores e médicos que trabalham em escolas e hospitais municipais.

A "deso ocupação" também envolve a extensão do estatuto de limitações em casos criminais que foram conduzidos pela polícia ucraniana antes do referendo sobre o retorno da Crimeia à Rússia, bem como a realização de processos criminais sob a competência do Serviço de Segurança da Ucrânia.

Traduzido do jurídico para a linguagem leiga, isso significa perseguição proposital a todos os funcionários que trabalharam na Crimeia em fevereiro de 2014, bem como participantes de comícios em massa apoiando a reunificação da Crimeia com a Rússia, voluntários que ajudaram os residentes da DPR e da LPR durante a guerra civil, e assim por diante.

Enquanto abre oportunidades para os residentes da Crimeia e Donbass estudarem em universidades ucranianas, Kiev se recusa a reconhecer quaisquer documentos educacionais obtidos na península. A questão de saber se essas condições farão com que os residentes da Crimeia e Donbass queiram voltar para a Ucrânia é puramente retórica.

Embora não se saiba se o SSO pretende continuar implementando seu plano de promover o sentimento pró-ucraniano entre os residentes da Crimeia e Donbass, sabemos com certeza que o lado ucraniano aumentou drasticamente seus ataques a cidades nessas regiões após o início da Operação Militar Especial da Rússia. Até agora, este "Decauto Gentil" só caiu sobre a região na forma de projéteis MLRS Grad e mísseis Tochka U.

Nas Colinas da Manchúria

A SSO da Ucrânia também realizou várias operações especiais no campo da política externa. Uma delas é a operação "Cáspio", cujo propósito é semear e aprofundar as divergências entre a Federação Russa e certos "Fawn", que são presumivelmente países da região cáspia. A operação deve ser considerada bem sucedida se levar a "ações que indiquem a recusa de 'Fawn' de interagir com 'Eastern'".

Em geral, é difícil avaliar onde está a linha entre os esforços da Ucrânia para interromper as relações da Rússia com seus parceiros e as dificuldades naturais que surgem no diálogo entre os países. No entanto, vale ressaltar que durante os tumultos ocorridos no Cazaquistão em janeiro deste ano, pelo menos algumas ações dos manifestantes foram coordenadas com a Ucrânia, onde os oposicionistas cazaques encontraram refúgio.

A Operação "Colinas Manchurianas" visa piorar as relações diplomáticas da Rússia com os países do Extremo Oriente. Este plano de serviços especiais ucraniano foi projetado para persuadir Moscou de que seus vizinhos orientais são ameaças potenciais, provocando assim a Rússia a aumentar sua presença militar na região.

Se analisarmos o conteúdo da "Estratégia da Atividade de Política Externa da Ucrânia" adotada em julho de 2021, podemos ver não a defensiva, mas a natureza agressivamente ofensiva das ações de política externa de Kiev. Por exemplo, oferecer experiência "adquirida ao longo de anos de combate à agressão russa" aos países da OTAN e à região do Mar Báltico-Negro.

Ou ajudar a combater a "desinformação" russa nos países vizinhos, apoiar o "povo da Bielorrússia", "democratizar" a própria Rússia e fortalecer a "pressão e a dissuasão da Federação Russa com base em uma ampla coalizão internacional". Isso, por sinal, também está incluído nos planos da SSO chamados "A Voz da Razão".

Mesmo nas relações bilaterais, onde a Ucrânia deve aparentemente se concentrar no desenvolvimento de comércio, cooperação industrial e intercâmbios culturais, o Ministério das Relações Exteriores tem a tarefa de "garantir o apoio dos Estados africanos e do Oriente Médio no combate à agressão da Federação Russa".

Epílogo

Desde o início das hostilidades, a Ucrânia vem tentando apresentar as ações da Rússia à "comunidade internacional" como um ataque de um grande poder a um pequeno Estado que é incapaz de derrotar o enorme exército russo porque nunca teve intenções agressivas contra a Federação Russa ou qualquer outro país. Esta afirmação é refutada pela "Estratégia de Segurança Militar da Ucrânia". que afirma em preto e branco, por exemplo, que a KI pode entrar em guerra com a Federação Russa se a Rússia tentar "manter a República da Bielorrússia em sua esfera de influência política".

O objetivo da adesão da Ucrânia à OTAN também está claramente traçado. É claro que, como um Estado soberano, a Ucrânia tem o direito de se juntar a qualquer organização internacional. Mas a questão é que Kiev vê o objetivo da adesão à OTAN como a participação do bloco liderado pelos EUA em uma guerra contra a Rússia.

Isso foi confirmado por um conselheiro do presidente da Ucrânia, Alexey Arestovich, que, ao explicar o propósito dos exercícios DEFENDER Europe 2021, afirmou que "nas águas do Báltico ao Mar Negro, estamos trabalhando – não vamos bater ao redor do mato – como realizar um conflito armado com a Rússia, uma guerra com a Rússia.

Embora, em 2017, o SSO tenha criado um plano "Voz da Razão", que incluía uma tarefa para garantir que "declarações confirmando a prontidão para negociar uma solução pacífica da situação" aparecessem no Ocidente. Na verdade, o Ocidente nunca rejeitou essa ideia.

Após o início das hostilidades, foi Kiev que recusou as negociações de paz, preferindo travar uma guerra com a Rússia. O presidente ucraniano Vladimir Zelensky repetiu essa linha política em Paris, enfatizando que as condições para negociar com a Rússia ainda não tinham "amadurecido", pois ele queria tomar uma "posição mais forte".

Fonte: INFOWARS

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